A Evolução da Análise de Crédito no Brasil:

Da Intuição à Inteligência de Dados.

As Origens da Análise de Crédito no Brasil

 

No início do século XX, o crédito no Brasil era fortemente informal. As análises de crédito se baseavam no relacionamento pessoal, na reputação e no histórico verbal dos clientes. Empresas e comerciantes dependiam quase exclusivamente de informações locais, indicações e referências pessoais para conceder crédito.

Até meados da década de 1950, não existiam no Brasil cadastros organizados ou birôs de crédito formais. A concessão de crédito, tanto no comércio quanto na indústria, era uma prática de alto risco e, muitas vezes, pautada mais na confiança do que na informação correta.

 

A Criação dos Primeiros Birôs de Crédito

 

O avanço do sistema financeiro e o aumento das operações de crédito nos anos 1960 e 1970 exigiram a criação de estruturas mais robustas de controle.

Foi nesse contexto que surgiu, em 1968, a Serasa, uma iniciativa dos próprios bancos brasileiros, organizada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos). O objetivo era criar uma base centralizada de informações para combater a inadimplência e as fraudes no sistema bancário. 

A Serasa se consolidou rapidamente como principal birô de informações de crédito no Brasil, atuando inicialmente de forma restritiva - focada no histórico negativo dos clientes. Seu papel foi fundamental para padronizar os processos de análise de crédito no país, criando uma referência nacional para as instituições financeiras. 

Além do Serasa, outras entidade como o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), vinculado às associações comerciais, atuavam na proteção de crédito no varejo e nas relações comerciais entre empresas.

 

O papel da Febraban na Estruturação de Crédito

 

A Febraban, além de fomentar a criação da Serasa, desempenhou um papel central na modernização do sistema bancário e na definição de boas práticas na concessão de crédito. 

Ao longo das décadas de 1980 e 1990, a Federação liderou discussões sobre padronização de cadastros, segurança na informação, desenvolvimento de sistemas anti-fraudes e integração tecnológica entre as instituições financeiras.

Foi sob essa liderança que surgiram debates mais profundos sobre a necessidade de um sistema de informações não apenas restritivos, mas também positivo, capaz de refletir o comportamento de pagamento dos consumidores e empresas.

 

Consolidação dos Modelos de Crédito: Décadas de 1980 e 1990

 

Com o crescimento da economia, especialmente no período de estabilização pós-Plano Real (1994), o acesso ao crédito se expandiu no Brasil. 

As instituições passaram a utilizar modelos de credit scoring, que avaliavam o risco de inadimplência com base em dados estatísticos. Apesar disso, o sistema brasileiro permaneceu, por muitos anos, excessivamente ancorado em informações negativas (inadimplência) - diferentemente de mercados como os EUA, que já operavam amplamente com Cadastro Positivo desde os anos 1970.

 

O Cadastro Positivo: Uma Transformação Tardia, Mas Essencial

 

A discussão sobre o Cadastro Positivo no Brasil começou no início dos anos 2000, impulsionada tanto pela necessidade do mercado como por pressões da própria Febraban e dos birôs. 

O marco legal foi aprovado em 2011, mas com adesão facultativa - o que limitou seus efeitos nos primeiros anos. Somente com a Lei Complementar nº 166, de 2019, que tornou o cadastro positivo automático, é que o Brasil iniciou uma mudança estrutural. 

A partir desse ponto, o modelo de análise de crédito deixou de focar exclusivamente nos dados de inadimplência e passou a considerar também o histórico de pagamentos, trazendo uma visão mais completa e justa do comportamento financeiro de pessoas e empresas.

 

A Era da Automação, Inteligência Artificial e Dados

 

Nos últimos anos, o mercado brasileiro presenciou uma aceleração tecnológica sem precedentes. A análise de crédito deixou de ser um processo baseado apenas em cadastros externos (como Serasa, SCPC e Cadastro Positivo) para incorporar tecnologias como:

 

- Big Data Analytics;

- Inteligência Artificial e Machine Learning;

- Modelos preditivos personalizados;

- Integração de dados internos e externos;

- Monitoramento contínuo da saúde financeira dos clientes.

 

Plataformas modernas como a própria Tiino, não depende exclusivamente dos birôs. Elas trabalham integrando dados de diferentes fontes, inclusive o Cadastro Positivo, aliados a dados comportamentais e históricos internos, criando modelos dinâmicos que se adaptam às regras e realidades de cada empresa.

Essa transformação é essencial em um ambiente de negócios onde o risco é volátil e as decisões precisam ser rápidas e precisas.

 

 Desafios Atuais e Oportunidades

 

Mesmo com todos os avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios na gestão de crédito:

 

- Subutilização do Cadastro Positivo por parte de muitas empresas;

- Cultura reativa na análise de crédito, com pouco uso de monitoramento contínuo;

- Baixa integração de dados internos no processo decisório;

- Resistência na adoção de tecnologias por parte de médias e grandes empresas fora do setor financeiro tradicional.

 

Por outro lado, a oportunidade é enorme: empresas que dominam o uso inteligente de dados, automação e modelos preditivos têm uma vantagem competitiva expressiva no mercado, não só pela redução de riscos, mas também pela capacidade de geral crescimento sustentável.

 

 

 

 

Conte com o Tiino!

O futuro de crédito no Brasil é, sem dúvida, digital, preditivo, personalizado e automatizado. E aqueles que compreenderem e adotarem essas mudanças estarão mais preparados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades de um mercado cada vez mais competitivo.

 

Se você quer entender como a sua empresa pode acelerar essa transformação, conheça a Tiino.

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